sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sem título (Milena Louise da Silveira)

De repente, me senti desafiada a escrever sobre o amor. Talvez por ele ser um desconhecido, uma peça que nunca se encaixou na minha vida, ou ainda, por sempre ter fugido dele. A verdade é que nunca acreditei naquele ideal de amor romântico no qual, em um passe de mágica, o garoto perfeito se apaixona pela garota perfeita e eles são felizes para sempre. Minha curiosidade sempre me bombardeava com as mesmas questões: “E as brigas por causa das contas? O ciúme da secretária loira e extremamente atraente?” Também nunca fui ligada a melosidades, às ligações e mensagens de “bom dia, boa noite, bom café da tarde(...)”, aos apelidos que supostamente são carinhosos e aos excessos que o amor parece pedir. Sinto arrepios só de pensar em alguém me chamando de “minha”.


Penso no amor como um ponto de paz em meio ao caos do dia a dia, no qual dois estranhos deixam de lado as inseguranças sobre as dimensões de seus corpos e passam a valorizar as peculiaridades um do outro. Um amor que faz com que seu dia mude completamente só com um beijo. Um amor que não vai avisar que está chegando e que não funciona como um contrato. Um amor que não precisa de palavras ou mimos, já que se faz presente apenas em olhares.

Talvez seja ingenuidade minha acreditar em um romance assim, mas minha curiosidade me fez tomar uma decisão: não fugirei mais do amor. Porém, não irei ao seu encontro. Deixe que nos encontremos em uma esquina qualquer.

3 comentários:

  1. Conhecer Milena ajuda a compreender esta crônica, e vice-versa. Talvez seja isso o que mais me chama a atenção na criação dela. Pense numa pessoa bem definida em relação a quase tudo, mas ainda filosofando bastante sobre relacionamentos humanos... Here you have her! =D

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  2. Poxa professor,poucas pessoas me descreveram com tanta precisão e delicadeza,obrigado!!

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  3. Que bom, Milena! Meu "feeling" ainda é confiável, pelo jeito, rsrsrs.

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