sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Planeta Facebook (Heloisa da Costa Pereira)

Estava acessando minha conta no Facebook como de costume e notei o quão viciante tornou-se esta rede social, visto que passou a fazer parte de minha rotina acessá-la todos os dias. E, se não o faço, bate certa aflição e curiosidade em mim, apesar de saber que não haverá nenhuma novidade relevante nela.


Diante disso, qualquer cidadão comum e alienado como eu se pergunta: eu tinha vida antes do Facebook? A primeira impressão: não. Mas eu tinha. Era uma vida sem graça, sem a curtição, amigos virtuais, marcações em fotos obcenas nem nada disso. Não possuía aqueles tentadores botões “curtir” e “compartilhar”. Era uma monotonia só. E não é só o meu caso. Hoje, até bicho de estimação tem perfil no Facebook, com fotos, likes, amigas gatinhas, etc.

E a situação está ficando séria. Agora com o chamado Facebook Móvel, dá para informarmos aos nossos amigos onde estamos a qualquer momento. Basta fazermos um check-in, pelo aparelho, seja ele um tijolar, cebolar ou iPhone de última geração (que, na minha humilde opinião, só falta voar) e surge no perfil um pequeno mapa todo elaborado com a nossa localização.

Certo dia, li um artigo que dizia que o governo dos EUA está a ponto de estabelecer um acordo com os empresários responsáveis pela administração do Facebook a fim de impor limites de privacidade na rede social. Por conta disso, o diretor de engenharia do site, Arturo Bejar, sentiu a necessidade de esclarecer melhor como funciona o mecanismo de privacidade dele. O tal mecanismo me surpreendeu. Ele se resume em apenas uma palavra: cookies. Para termos uma ideia, a empresa pode até identificar, por meio desses cookies, a resolução da tela do nosso monitor. Poderia até localizar por onde andamos, mesmo que desconectados da rede. Só não faz isso porque precisaria do consentimento de todos.

E o que é esse turbilhão de propagandas? São páginas e mais páginas de divulgação, de pequenas empresas a multinacionais. As que não possuem uma estão por fora.

Toda essa parafernália chamada Facebook só me leva à seguinte conclusão: é um planeta diferente e virtual, porém, com os mesmos objetos de uma vida normal. É comum que sintamos o desejo de viver num mundo mais diferente e criativo, onde aparentamos ser mais bonitos, “photoshopados” e felizes.

Um comentário:

  1. Heloísa, com seu texto, me fez voltar um pouquinho no tempo para uma conversa com Andréia Cristina de Jesus Azevedo, uma amiga muito querida que, ao me encontrar no ponto de ônibus consultando meu celular (como o faziam nove de onze pessoas presentes), perguntou: "E quando não havia smartphones, o que a gente fazia? Virava para o lado e conversava?" Acho que isso faz justiça ao conteúdo de "Planeta Facebook".

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