sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Inspiração (Dallaiane Maziero)

Onde está a inspiração? Lá se vai a primeira xícara de café, nada vem à mente. Na cabeça, um turbilhão de assuntos: amor, ódio, drogas, futebol, violência, rock’n’roll... Afinal, sobre o que escrever?


É engraçado quando ficamos minutos olhando fixamente para a tela do notebook, como se a ideia fosse surgir por mágica na folha em branco. O engraçado é que até os 15 anos tinha uma facilidade imensa para escrever. Será que criei um bloqueio depois que atingi a maioridade? Ou foram as tantas doses de tequila que provocaram esse bloqueio?

Já é tarde, e a segunda xícara de café chega ao fim. Que desastre, acabou o Jornal da Globo, começou o Programa do Jô, entediante – ele anda meio sem pauta e também já foi muito mais divertido, mas, pra falar a verdade, é um dos únicos programas da Globo que eu realmente gosto de assistir.

Abro o Facebook: cruzes, o assunto ainda é Avenida Brasil. Afinal, quem matou o Max? Brincadeira, não estou a fim de saber. A novela já acabou não tem mais graça saber. O que é realmente estranho é ler as várias declarações das desiludidas, e¬ saber dos porres dos amigos no final de semana. E nessa pegada já se foi a terceira xícara de café, esta um pouco mais cheia; preciso me manter de olhos bem abertos, pois a crônica é para amanhã. Que mania de deixar tudo para a última hora!

Ligo o som: AC/DC, Foo Figthers, Metallica, KISS, nada melhor do que um bom rock pra me inspirar... Que nada! Como no início, um turbilhão de assuntos, mas nada de interessante para escrever. A chuva chegou de mansinho, com ela o vento e o granizo... Nada como um temporal de madrugada. Só se for praa dormir, porque, para escrever, está complicado: a luz acabou, e a bateria do notebook está no fim, olha só que maravilha!

Já que estou sem ideias e sem bateria, vou dormir; quem sabe a inspiração vem me fazer companhia amanhã!

Um comentário:

  1. Comentamos isso em sala com a Dallaiane: até mesmo os escritores mais consagrados se confessam, muitas vezes, impotentes diante da folha / tela em branco. O tema reaparece em entrevistas e em outras crônicas diversas, como em "A última crônica", de Fernando Sabino. Bom exercício da autora.

    ResponderExcluir