sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dia de jogo (Thiago Luiz Candido Pereira)

O dia mais esperado da semana, quando para os torcedores mais viciados tudo demora pra passar, e não conseguem pensar em outra coisa, a não ser o jogo. Dias antes, amigos já marcam o horário em que vão para o estádio.

Chegada a hora, dia de sol, com um jeito diferente de qualquer outro domingo. Jogo às 16h, então saem às 13h; muitas vezes sem almoçar, só para chegar mais cedo ao estádio. Indo de carro ou de ônibus, não interessa, o importante é estar lá. A algumas quadras do estádio, é possível sentir outra vibração: todos com o pensamento em uma só coisa, a vitória do time. Famílias, amigos, casais, pessoas sozinhas tomando uma água, refrigerante ou uma cerveja, comendo um espetinho na esquina. Nesse clima descontraído, o pessoal vai chegando e se preparando pra entrar.

A entrada no estádio é um dos momentos mais emocionantes, quando você entra e o vê lotado, torcedores cantando, conversando, alguns com o rádio no ouvido, e lá vai você procurando um lugar bom para assistir ao jogo. Afinal, serão 90 minutos em que você estará ali, muitas vezes apertado; mas isso é superado quando o jogo começa e todos ficam prestando atenção, sem piscar, sem perder qualquer lance da partida. Ao sair o gol, todo mundo comemora, abraça gente que muitas vezes nem conhece, grita, alguns até aproveitam para tirar o estresse do corpo.

O juiz apita final de jogo; hora de comemorar a vitória com os amigos, ali mesmo no estádio, na rua, no bar, ou até mesmo indo pra casa, sempre respeitando o adversário. Esse é um típico jogo de domingo.

Um comentário:

  1. Num estilo "alegria total", a crônica do Thiago Pereira faz o contraponto do texto de Rafael Giublin. Ambos abordam o futebol, paixão de 99 em cada 100 brasileiros, e especialmente um dia de jogo sob perspectivas absolutamente diferentes: a das sensações do verdadeiro esportista e a de quem fica machucado pela ação de quem há muito perdeu a noção da alegria do futebol em nome da criação de um cenário de batalha esquizofrênico que sequer existe (mas no qual ele "luta" até um desfecho infeliz).

    Bom texto, esse do Thiago, que recupera em todos os que gostam de um bom domingo no estádio as emoções mais simples, felizes, de poder torcer. Parabéns.

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