A espera é pequena, mas a ansiedade é grande. Um alívio ao avistá-lo; espero, embarco, acomodo-me.
Por um momento, pego-me em pensamentos distantes da realidade, olhando por entre as janelas tentando alcançar o ponto mais longínquo possível, assim como estou das pessoas a minha volta.
Volto à realidade e começo a fitar as pessoas uma a uma, com muita atenção, e me perguntando: será que todos compartilham dos mesmos sentimentos que eu? Cansaço, ansiedade, solidão, por mais momentâneos que sejam, sentimentos que me absorvem em pensamentos e agonia.
Prestando bastante atenção a minha volta, vejo pessoas lendo, escutando música, alguns olhando para o nada e parecendo um tanto distantes, grupinhos conversando e aparentemente divertindo-se - provavelmente uma forma de fugir do estresse do dia.
Vendo todas as reações e expressões, concluo que todos estão se sentindo igualmente vazios, afastados e exaustos. Chego ao ponto final, desço do ônibus, olho para os lados, volto meu olhar ao céu e todos os sentimentos que me rodeavam deixam de existir, talvez somente por algumas horas, pois amanhã é outro dia e novamente estarei ali, refletindo e observando, mergulhando e vivendo neste carrossel de sentimentos.
Hendrigor, o seu tema é um daqueles grandes modelos universais da angústia do ser humano: estamos mesmo sozinhos em meio a milhares de outros? A solidão é opção ou condição? Parabéns pelo desenvolvimento do texto.
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