sexta-feira, 5 de outubro de 2012

3:37 (Vinícius Nogueira de Lima)

Quando me dei conta, estava caminhando em uma longa estrada. Olhei para os lados e não vi nada: era um deserto árido e quente, havia alguns cactos e aquele sol, aquele sol estava me matando; nunca tinha sentido tanto calor.


Percebi que estava com uma mochila e a primeira coisa que fiz foi ver o que havia dentro: um celular que estava sem sinal algum, um caderno todo rasgado e sujo com algumas anotações que eu não entendi, uma bússola velha, um mapa e um cantil que logo peguei pensando que conteria bastante água, mas tinha somente algumas gotas.

Continuei a andar e ao, mesmo tempo, procurar água ou alguma coisa que pudesse matar a minha sede, mas todo o meu esforço foi em vão. Alguns minutos depois, comecei a ouvir um barulho, muito baixo, que gradativamente foi aumentando. Olhei pra trás e vi um ônibus vindo em minha direção. Quando se aproximou, não pensei duas vezes e pedi para que parasse; era um velho ônibus escolar igual àqueles que você só vê em filmes. A motorista, que era linda por sinal, perguntou se eu precisava de ajuda e eu disse que sim, queria sair de lá, beber muita água e tomar um banho bem gelado, não aguentava mais o calor.

Entrei no ônibus, que era de uma excursão, e lá dentro havia várias crianças que logo, ao me ver, ficaram rindo. Eu, sem entender, sentei no banco da frente e comecei a conversar com a motorista, que me olhava de um jeito diferente.

Passaram-se uns 20 minutos e avistei um posto de combustível se aproximando, e pedi para me deixar ali. Ao descer, as pessoas que estavam lá, ficavam me encarando do mesmo modo que as crianças olhavam, mas sem as risadas. Caminhei até a loja de conveniência, peguei uma garrafa de água e fui até o caixa; procurei a minha carteira e “cadê”? Procurei nos bolsos, na mochila e nada. Coloquei a água de volta na geladeira e caminhei até o banheiro; ao entrar, olhei para o espelho e me assustei: não era o meu rosto que estava lá, e sim um rosto de um cachorro! De repente, acordei assustado e percebi que foi tudo um sonho. Olhei para o relógio, eram três e trinta e sete. Voltei a dormir.

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